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domingo, 26 de setembro de 2010

OI?! AAAHHH...!!!


Imagine um lugar onde todos aqueles que você supostamente gosta e decide manter contato pudessem se encontrar. Lá você tem várias opções para conversar com qualquer pessoa que está neste lugar. Você enxergou que a pessoa está lá e decidiu chamar a atenção dela, porém, quando olhou pra ela viu que está escrita a seguinte palavra: AUSENTE.

Já sabe do que eu estou falando, né?

Acontece no MSN e com frequência. Você já percebeu que os usuários já estão entrando com status de ocupado sem estar. Ausente, porém logado. Sem falar do offline. - que é meu preferido quando estou online.

O messenger virou um local em que você define com quem e quando conversar.

Que tal saber algo da vida alheia ou quem sabe tirar alguma dúvida? Puxa um assunto e diz:

“Oi vc tah aí?”

Se o status do usuário estiver ausente ou ocupado até mesmo offline, mas ele estiver com vontade de conversar com você ele responde, se não ele finge que o status dele é verdadeiro e te ignora. E detalhe, ele acredita piamente no status em que o MSN está mostrando e fica lá se ocupando em ver a telinha que aparece e desaparece quando alguém entra e quando sai.

Isso realmente começa a me preocupar, pois imaginem se transferíssemos tudo isso para a nossa ocupada vida. Você no ponto do ônibus encontraria aquela pessoa que você já não vê faz tempo, então você olharia pra ela e veria que ela está “ocupada”.

Em um consultório você encontra aquele vizinho e observa que ele está lá, porém o seu perfil o mostra ausente. Isso é quase uma esquizofrenia parcial! Você enxerga alguém que não está lá.

Agora estão tentando reformular o MSN e com isso você consegue definir seu status da maneira que lhe convier. Vislumbrei diversas descrições:

1- Conversando com 4 ao mesmo tempo. Mais um não dá.

2- Não to a fim de conversar com você.

3- Quando quiser digo: “OI”

4- Só fuxicando!

5- Encontro marcado

6- Ocioso no trabalho (DISPONÍVEL)

Tá bom! Sei que é chato quando vem alguém que não tem nada pra dizer e fica forçando um assunto. Em geral ele tende ser aquela pessoinha do item 6 descrito acima. Você cheio de coisas pra fazer até parece! e um chato te infernizando fazendo com que sua tela “trema” a todo minuto. São ossos do ofício.


Acredito que em breve teremos um afastamento social mais intenso do que nos dias de hoje, onde amor se faz pela fibra óptica e saudade “se mata” via satélite. O índice de mortes irá diminuir, uma vez que não posso reagir ao cavalo de tróia instalado em meu computador. Talvez, passeando pela rua faça isso com mais flexibilidade, apenas bloquearei o povo que não estou a fim de falar.

Com tanta tecnologia não é difícil prever que uma tragédia social se aproxima e o número de depressões aumentará vertiginosamente e, por conseguinte numerosas tentativas de suicídio. A problemática viria em pensar como dar-se-ia o fim trágico dos nossos amigos "msnísticos", uma vez que disporemos de recursos tão sofisticados que as mortes atuais não passariam de exemplos de arcaísmo. Quem sabe teríamos um botão de ON/OFF em nosso corpo?